segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Desenvolvimento

O pós-segunda guerra e a criação da OPEP

Plataforma marinha de extração do petróleo

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento pela descolonização foi seguido pelo direito das nações disporem livremente dos próprios recursos naturais. Nesse contexto, os países doGolfo Pérsico passaram a manifestar o desejo de libertar-se das companhias petrolíferas ocidentais. Assim, em 1948, com o apoio dos Estados Unidos enquanto superpotência, obtiveram o fim do "acordo da Linha Vermelha". Empresas recém-chegadas, como a estadunidense Getty Oil Company, ofereceram melhores condições à Arábia Saudita, obrigando as companhias petrolíferas, determinadas a manter as suas posições, a conceder a este país, em 1950, uma fatia dos lucros da exploração petrolífera na base de 50/50. Essa concessão foi estendida ao Bahrein e, posteriormente, ao Kuwait e ao Iraque.

Como as multinacionais anglo-americanas (as "sete irmãs"), conservassem o controle dos preços e dos volumes de produção, 1950 foi também o ano da primeira tentativa de contestação. No Irã, o primeiro-ministro Mohammed Mossadegh nacionalizou as jazidas do país. Os britânicos, prejudicados, organizaram um bloco militar em favor das exportações. Durante quatro anos os iranianos resistiram até que, em 1954, os estadunidenses eliminaram Mossadegh, assumiram o controle do petróleo iraniano e, de passagem, afastaram os ingleses.

Em 1960, a Arábia Saudita, o Kuwait, o Irã, o Iraque e a Venezuela criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) permitindo que, pela primeira vez na História, os países produtores de petróleo se unissem contra as "sete irmãs".

Ainda demoraria uma década, entretanto, para que a correlação de forças entre países consumidores e países produtores fosse alterada. Isso aconteceu quando, devido a um acidente que danificou o oleoduto entre a Arábia Saudita e o mar Mediterrâneo, levou a uma diminuição da oferta de 5 mil barris/dia no mercado. Como consequência, os preços do petróleo subiram, e a OPEP deu-se conta de seu poder.

As nacionalizações voltaram à ordem do dia nos países árabes: em 1972, o Iraque recuperou o controle da sua indústria petrolífera, nacionalizando-a em 1975. Sem desejar ser reduzidas a meros compradores de petróleo, as companhias ocidentais introduziram uma nova figura jurídica para manter o seu "status": os "contratos de partilha da produção". Por eles, passaram a se associar à produção local do petróleo e a comercializar por sua própria conta uma parte da produção da jazida.

A Guerra do Yom Kipur (1973), provocou o primeiro choque petrolífero mundial. A OPEP elevou o preço do barril em 70% e limitou a sua produção. No ano seguinte (1974), o Kuwait e o Qatar assumiram o controle (em até 60%) das companhias que atuavam em seu território. A Arábia Saudita fez o mesmo antes de nacionalizar completamente a Arabian-American Oil Company (ARAMCO) em 1976.

Esses fatos levaram a que os países produtores passassem a controlar o mercado, tendo as companhias perdido a capacidade de ditar os preços do crude. Elas conservam, e mantém até hoje, ainda, a primazia sobre o refinamento, o transporte e a comercialização do óleo e derivados. Se em 1940, o Oriente Médio produzia 5% do petróleo mundial, em 1973, à época do choque petrolífero, atingia 36,9%.

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